REFÚGIO FREY - ARGENTINA
O Refúgio Frey é um dos lugares das mais bonitos da Argentina, banhado pelo lago Toncek e cercado por diversas agulhas, onde a escalada em fendas com utilização de proteções móveis é sua principal característica. A região fica localizada nas proximidades de Bariloche, cerca de 20 minutos do centro da cidade, e sua porta de entrada é a estação de esqui do Cerro Catedral.
A escalada no Frey também pode ser considerada uma iniciação no ambiente alpino, principalmente no clima patagônico. Por isso muitos escaladores preferem fazer uma ou duas temporadas nessa região, antes de se aventurar em climas mais extremos, como em El Chalten no sul da Patagônia Argentina.
Para hospedagem existem diversas opções, como hotel e hostel. Para escolher algo compatível com seu orçamento uma opção é acessar alguns sites como booking.com, geralmente não existe muita dificuldade, basta um pouco de antecedência e ficar atendo no ranking e opinião de quem já se hospedou.
Para o translado entre o centro da cidade e a estação de esqui existe uma linha de ônibus regular, basta se informar no centro de visitantes ou no hotel/hostel. Outra opção é pegar um taxi, dividindo por três pessoas o preço fica baixo, e o conforto pode poupar sua energia para a trilha.
Existem duas opções de acesso, a primeira e mais utilizada é um trilha que começa na base da estação de esqui e segue margeando o Lago Gutierrez. Após a primeira hora de caminhada a trilha começa a subir por um belo bosque, passando pelo Refúgio Pedritas, uma espécie de ponto de apoio, até chegar no Refúgio Frey. Toda caminhada dura aproximadamente quatro horas, sendo que a dificuldade vai aumentando gradativamente, principalmente se a mochila cargueira estiver pesada.
A segunda opção é pegar o teleférico até o cume do Cerro Catedral e depois seguir pela crista da montanha, passando pelo Lago Schmoll, para depois ir margeando o Lago Toncek até o Refúgio Frey. Essa trajeto é mais curto, mas pelo fato de ser acidentado, recomento a trilha de subida tradicional.
O refúgio é relativamente pequeno, mas muito aconchegante e com uma atmosfera incrível, onde escaladores de diversas partes do mundo (principalmente brasileiros!) ficam hospedados ou acampados no seu entorno. Acredito que ficar acampado seja a melhor opção, já que o espaço destinado para o pernoite é pequeno e as pessoas dormem muito próximas, o que pode prejudicar sua noite de sono. Ficando acampando é possível utilizar as instalações como mesas e banheiros, além de poder ficar dentro do refúgio bebendo um vinho com o pessoal.
O refúgio serve refeições como café da manhã, jantar e pizza, além de vender algumas guloseimas e vinhos. Como a comida servida nem sempre é das melhoras, recomenda-se levar sua própria comida, além do fogareiro e uma panela, para ter autonomia na hora de fazer suas refeições.
Para escalar nas agulhas é obrigatório um bom jogo de proteções móveis, costuras longas e cordas duplas, além do material básico como capacete, baudrier, fitas e mosquetões diversos. A Agulha Frey é a ideal para começar, ela fica na frente do refúgio, cerca de cinco minutos de caminhada até a base das vias. Nessa agulha as clássicas são o Diedro Jim e a Sinfuentes Weber, mas existem outras opções que não devem ser desprezadas. Outra opção perto do refúgio é o Agulha M2, onde podem ser feitas a Normal e a Del Diedro. A Abuelo é outra agulha perto e muito procurada, com diversas opções, para todos os gostos. O grande destaque no entanto é a Agulha Principal, que é o objetivo da maioria dos escaladores.
Uma dica é comprar o Guia de Escaladas do Refúgio Frey do Rolando Garibotti e Dörte Pietron edição 2014, uma ajuda extra para a localização e linha das vias. Esse guia pode ser comprado pela internet (pataclimb.com), ou na sede do Clube Andino de Bariloche. Outra dica é perguntar no clube como estão as condições climáticas na região, algo que pode interferir diretamente na escalada de algumas agulhas, caso tenha muita presença de neve.
O Refúgio Frey é um lugar mágico, com uma atmosfera incrível e acesso relativamente fácil, visita obrigatório para qualquer escalador!
Texto: Mauro Chiara